Com a crise hídrica que enfrentamos e todos os demais eventos desafiadores em escala mundial, temos a chance de ser a primeira economia zero carbono. O atual momento é bastante promissor para a transição energética e já é evidente que esse é o único jeito de enfrentar a crise climática.
A pandemia de Covid-19 também demonstrou que a recuperação econômica global deve ser sustentável. Por isso, muitos países já formularam planos mais concretos nessa direção.
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Economia zero carbono: o aquecimento global é nossa responsabilidade
Agora não há mais motivos para discutir. Nós é que influenciamos o aquecimento da Terra de maneira tão rápida. Basta verificar o último relatório do IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas na tradução para o português). E, o maior vilão está associado diretamente à queima de combustíveis fósseis. Isso conforme relata o Instituto Clima e Sociedade.
Estados Unidos lidera emissões
Conforme levantamento da Carbon Brief, os Estados Unidos são a liderança em termos de emissões mundiais, com 82,4% provenientes dos combustíveis fósseis. Contudo, alguns países já estão tentando reduzir o impacto no aquecimento.
Assim, para se ter um exemplo, em junho deste ano, o novo governo eleito na Colômbia abraçou o combate às mudanças climáticas. Dessa forma, colocou na pauta a transição para fontes de energias renováveis. Por aqui, o Brasil tem potencial para ser a primeira economia zero carbono. Além disso, o Brasil poderia influenciar os demais países da região caso alcancemos o título de economia zero carbono.
O Brasil pode ser a primeira economia zero carbono
O Brasil tem tudo para ser a primeira economia zero carbono, saindo à frente de todos os outros. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética, em 2021, as fontes renováveis reuniam 44,7% da nossa matriz energética. Isso em contraste com 14,1% da média global de 2019.
Segundo a ABSOLAR, apenas a quantidade de energia solar produzida praticamente dobrou de 2020 para 2022. Se continuar nesse ritmo, o Brasil pode se tornar o primeiro país a conquistar o posto de economia zero carbono.
Caminho oposto para o Brasil se tornar uma economia zero carbono
Contudo, ainda de acordo com o Instituto Clima e Sociedade, estamos dando indícios de caminhar na contramão do mundo, indo cada vez mais na direção do gás natural.
No Brasil, não há planos claros em relação à descarbonização, o que nos faz reféns dos interesses de indústrias de energia tradicionais.
Isso é lamentável, pois temos muito potencial para virar o jogo investindo em energias renováveis, como a energia solar! Dessa forma, poderíamos nos tornar uma economia zero carbono antes dos demais países.
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E que são energias renováveis de fato?
As energias renováveis que podem elevar o Brasil a uma economia zero carbono, são as produzidas a partir da natureza, como a luz solar, a biomassa, os ventos e os ciclos da água.
São consideradas renováveis porque seu ritmo de reprodução é muito mais rápido que o das fontes fósseis, como petróleo, carvão e gás natural. Esses atravessam milhares de anos para se sedimentarem na terra ou no fundo do mar.
Energia renovável é sinônimo de energia limpa?
Quando nos referimos à energia limpa e uma economia zero carbono, estamos dizendo que seu processo de geração emite quantidades irrelevantes de gases de efeito estufa.
Até a energia hidrelétrica é um exemplo de impacto significativo. Para torná-la viável, é preciso fazer o barramento de rios e, com frequência, remover comunidades ribeirinhas e indígenas inteiras de suas moradias.
Usinas de Belo Monte em Altamira (PA)
O exemplo acima é atribuído ao que aconteceu com a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará.
Foi preciso retirar centenas de famílias da margem do Rio Xingu, alterando, também, o fluxo das águas. Isso resultou na impossibilidade de garantir a reprodução de peixes e do ciclo da vida local.
Então, qual é o papel das energias renováveis na mudança climática?
A transição energética para fontes renováveis precisa ser feita para garantirmos alguma chance de manter o aquecimento do planeta em 1.50C e elevar o Brasil a uma economia zero carbono.
Assim, ainda de acordo com o IEMA, aumentaremos a temperatura do planeta em 10C até o final do século. No entanto, é possível que isso chegue a 40C.
Por isso, nosso prazo para reverter essa dramática tendência é 2030. Um aquecimento sem limites impactaria o planeta a ponto de produzir aumento do nível do mar, desertificação, ondas de calor, deslocamento de populações, enchentes e muito mais.
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Podemos ser a primeira economia zero carbono
De acordo com o instituto, no Brasil, as emissões ocorrem principalmente devido ao desmatamento e à agropecuária. Mas, a transição energética é fundamental.
Nosso potencial vai além de podermos nos tornar a primeira economia zero carbono. Temos condições de ajudar países sem os mesmos recursos naturais que dispomos, além de área territorial para isso.
Investir na transição energética é crucial para uma economia zero carbono
A transição energética pode cessar os impactos das mudanças climáticas. Mas, é também, uma oportunidade de gerar empregos, reduzindo a desigualdade no país. Segundo dados da ABSOLAR, desde 2012, foram gerados mais de 475,5 mil empregos novos no setor.
Assim, a energia solar distribuída que chega nas comunidades isoladas da Amazônia e nas mais vulneráveis das cidades grandes democratiza o acesso à energia limpa. Contudo, agora, as mudanças climáticas impactam mais ainda as comunidades com renda menor.
Energia renovável é mais barata
Ainda é importante destacar que as fontes renováveis são, hoje, as mais competitivas do mercado. Assim com a modernização do setor elétrico, isso pode levar à população que mais precisa, tarifas mais baratas.
Dados do ICS apontam que 22% das pessoas estão deixando de comprar alimentos básicos para pagar suas contas de luz.
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Como fazer a transição energética para uma economia zero carbono?
Segundo os especialistas é necessário acabar com os subsídios que mantêm as indústrias de energia fóssil. A partir disso, é preciso elaborar uma transição justa, capacitando os trabalhadores na atuação das empresas de energia limpa.
Em seguida, o Brasil deve detalhar de que forma pretende honrar seu compromisso de se tonar uma economia zero carbono até 2050.
Da mesma forma, nos âmbitos nacional e municipal, é necessário investir em redução fiscal, além de programas de incentivo às empresas de energia eólica e solar.
Energia positiva é a que vem do sol
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