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Como prevenir a próxima crise energética?

por Alessandra Neris
Publicado Última atualização em

Agora, a necessidade de se fazer uma transição energética ficou ainda mais urgente. A energia solar, então, tem sido a primeira alternativa mais buscada pela população. E, essa parece ser a melhor forma de prevenir a próxima crise energética, pelo menos, no Brasil. Estamos vendo que já não se trata apenas de reduzir as emissões de gases poluentes, mas de mitigar o risco de apagões.

> Leia: Créditos de carbono e sua relação com a energia solar

Como prevenir a próxima crise energética: situação atual do Brasil

Na Venezuela, recentemente (2016 e 2019), presenciamos eventos catastróficos relacionados a apagões e isso é motivo de preocupações aqui também. Sabemos que não corremos riscos de sofrer blecautes tão desastrosos como aconteceu com o nosso vizinho, além de estarmos melhores que em 2001.

Vale lembrar que, nesse ano, enfrentamos o nosso último apagão, já que hoje, nossa capacidade de produção de energia é maior. Podemos transferir mais energia de um ponto a outro do país, além de lançar mão de recursos que não existiam antes.

No entanto, a situação exige cuidados. Somos muito dependentes de usinas hidrelétricas, que fornecem 62% de toda a energia que consumimos. E, da mesma forma que ocorreu na Venezuela, enfrentamos a pior seca desde que começaram as medições dos níveis de chuva, em 1931.

> Saiba mais: Energia solar é a solução para a maior seca dos últimos 90 anos

Produção insuficiente para prevenir a próxima crise energética

A última projeção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revelou que a produção de energia deverá ser insuficiente para atender as necessidades de todos. E isso está previsto para acontecer a partir desse mês (outubro). Mas, para tentar evitar um colapso do sistema, o governo brasileiro está importando energia do Uruguai e da Argentina.

Enquanto isso, acionamos as termelétricas que emitem CO2, apresentam capacidade de produção de, no máximo, 21% para o país todo e são muito caras. Isso quer dizer três a cinco vezes mais caras que as hidrelétricas.

Resultado: inflação

Nesse cenário, a inflação é inevitável e, ainda que o Brasil consiga evitar apagões nos próximos meses, entraremos em 2022 fortemente pressionados por aumento de preços. Isso porque o custo da energia está embutido em tudo o que é consumido. Então, agora temos que pensar no futuro; em como prevenir a próxima crise energética, afinal, o aquecimento global só agrava o problema das secas.

Déficit no atendimento

Um estudo assinado por cientistas de diversas universidades brasileiras, publicado pela embaixada do Reino Unido no Brasil fez uma previsão preocupante. Nele, está exposto que, em um cenário de clima extremo até 2040, será praticamente inevitável a ocorrência de um déficit no atendimento da demanda elétrica.

Embora as usinas hidrelétricas sejam ótimas para gerar energia, não é prudente nem viável continuar investindo nesse recurso. Além disso, as licenças ambientais e autorizações para instalações de grande porte se tornam cada dia mais limitadas. Sendo assim, qual seria a melhor saída para prevenir a próxima crise energética?

Fontes alternativas

Biomassa

A biomassa é capaz de gerar energia por meio da queima de matéria vegetal e é considerada neutra em carbono. No Brasil, a mais usada é o bagaço da cana-de-açúcar, que emite CO2, mas o gás é absorvido pelas lavouras quando replantadas. No entanto, trata-se de uma fonte pouco viável, pois, requer muito espaço. Em termos comparativos, cada metro quadrado de biomassa produz dez vezes menos energia que o mesmo espaço ocupado por painéis solares.

Energia nuclear x energia solar

A reserva de urânio do Brasil é a 6ª maior do mundo, entretanto, não parece uma opção viável do ponto de vista econômico e tecnológico. Os projetos seriam muito complexos e caros, ainda mais que temos de sobra os melhores recursos naturais a serem explorados: o sol e o vento. Então, a título de exemplo especulativo, uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro, ocupada por placas solares seria suficiente para abastecer o país todo.

Na realidade isso seria praticamente impossível. Instalar e manter um parque nessas dimensões e distribuir tanta energia partindo de um único ponto, para o país todo, beira a utopia. Mas, o exemplo serve para demonstrar o potencial extraordinário da energia solar. Assim, se distribuirmos usinas por todo o país, elas poderão gerar uma impressionante quantidade de energia.

Projeto Norte Americano

Em setembro, a Casa Branca apresentou um projeto para transformar radicalmente a matriz energética americana. A ideia é passar de 4% (hoje) para 45% em 2050. A previsão é investir US$ 562 bilhões, mas com estimativa de um retorno de US$ 1,7 trilhão.

Como? Haveria redução do aquecimento global e das mortes causadas pela poluição e dos prejuízos deles decorrentes. Além disso, o investimento seria gradual, ao longo de décadas, tornando-o plausível.

> Leia também: Aquecimento global, a energia solar pode ser uma grande aliada

Evolução das placas solares

Os módulos solares evoluíram silenciosamente na última década. Assim, sua eficiência passou de uma média de 12% para módulos que rendem de 18% a 23%. E, ainda há muita perspectiva de crescimento, como nos EUA, onde cientistas desenvolveram uma placa fotovoltaica com eficiência de 47%.

Além disso, os preços dos equipamentos estão se tornando mais acessíveis, com uma queda de aproximadamente 80% na última década. Isso porque a China anunciou que pretende instalar mais 700 GW de energia eólica e solar até 2030. Com isso, quer alcançar 1.200 GW de capacidade total, o que equivale a 85 usinas de Itaipu.

Cenário do Brasil

Atualmente, 1,9% da energia elétrica é produzida em usinas solares no Brasil. Juntas, elas somam 3.300 MW de potência e a maior de todas está no Piauí: o Parque Solar São Gonçalo, com área ocupada de 1.200 hectares. E, está quase concluindo sua terceira fase de expansão, para atingir 2,2 milhões de módulos bifaciais, ou seja, que captam a energia do sol dois lados.

Dessa forma aproveitam a radiação direta e a refletida pelo solo e se movem durante o dia de forma que a inclinação acompanha o deslocamento do sol. Com isso, a geração de energia aumenta em até 18%. Detalhe: os 864 MW desta usina pode abastecer 1,1 milhão de residências.

Vantagens das usinas solares no Nordeste

A região Nordeste, numa faixa que se estende do Rio Grande do Norte Até o Norte de Minas Gerais, tem condições climáticas favoráveis para usinas solares. A baixa umidade do ar e o alto nível de irradiação solar são excelentes para a geração de energia solar e isso garante uma produção razoavelmente constante.

Assim, os parques solares do Nordeste distribuem a geração ao longo do ano todo. Destacamos, ainda, a cidade de São Gonçalo do Gurgueia com seu solo desértico, o que propicia maior “taxa de albedo”. Esse termo significa a capacidade de reflexão de raios solares pelo solo e é perfeito para placas bifaciais.

Perspectivas para 2050

Para 2050, o Ministério de Minas e Energia prevê o alcance de 350 GW de capacidade instalada, contando todas as fontes de energia. E isso é o dobro da atual. No entanto, será necessária para um futuro com economia digitalizada, veículos elétricos, automação industrial e uma sociedade desenvolvida.

E, sim, é possível chegar a esse nível usando energia renovável. Assim, a consultoria Bloomberg NEF fez uma projeção de que o Brasil poderá chegar a 376 GW em 2050, produzindo quase 80% de energia do sol e do vento.

Contratempos

Essas previsões são animadoras, mas da mesma forma que a energia hídrica, a eólica e a solar estão vulneráveis a variações climáticas imprevisíveis e incontroláveis.

Na hipótese de dias nublados seguidos, por exemplo, em um cenário com energia solar dominante, isso pode ser um problema grave de abastecimento. Portanto, a adoção maciça dessas fontes precisa de uma tecnologia capaz de estocá-las.

Necessidade de armazenamento

A riqueza de fontes renováveis faz do Brasil um país com todas as condições de liderar uma transição energética mundial. Contudo, é preciso encontrar uma forma de armazenar o que é produzido.

E, enquanto isso não acontece, o excedente é subaproveitado. No caso da energia solar, seu pico de produção ocorre ao meio-dia, com o sol a pino, e não quando a demanda pelo uso é maior, entre 18h e 21h.

Sendo assim, o único recurso é estocar a energia, e já existe um sistema doméstico capaz disso produzindo hidrogênio. No entanto, as baterias ainda são a opção mais viável.

Projeto em andamento nos EUA

A Tesla, fabricante de carros elétricos, está construindo duas baterias de grande capacidade. Uma delas está no Texas e outra na Califórnia. Essa segunda é a maior, composta por 448 módulos, sendo cada um do tamanho de um contêiner, com capacidade para armazenar até 1,2 GW.

E isso é suficiente para abastecer toda a cidade de São Francisco, que tem 870 mil habitantes, durante seis horas. A intenção é fazer com que essa bateria estoque o excedente eólico e solar a fim de suprir eletricidade em horários de pico. Com isso, evita-se que termelétricas sejam ligadas.

O problema dessas superbactérias é o custo e o perigo de incêndio. Em agosto, houve um incêndio na Victorian Big Battery, com 210 módulos instalada em Moorabool, na Austrália, pela Tesla. O fogo só foi controlado depois de três dias.

Como minimizar esse perigo

Para diminuir esse risco, fica mais barato e eficaz instalar uma rede de baterias pequenas nas casas dos usuários. A Tesla já oferece a Powerwall, que custa US$ 7.500. Mas, é possível usar a bateria do carro. Assim, a Ford nos EUA, está lançando a picape elétrica F-150 Lighting, com 480 Km de autonomia, que também pode ser usada como uma grande bateria. E sua vantagem é a capacidade de alimentar uma residência até uma semana.

Com essa perspectiva, os carros elétricos limparão o ar das cidades e ainda servirão como meio de armazenamento de energia. Basta pensar na quantidade de carros, que um dia serão elétricos e criarão um imenso sistema de armazenamento distribuído de energia.

Realidade brasileira

Sabemos que os veículos elétricos ainda vão demorar para se popularizar no Brasil. No entanto, a autogeração de energia solar já é uma realidade por aqui. E essa condição já ultrapassa 8.500 MW, de acordo com estimativa das entidades do setor solar. Isso está acontecendo porque, em diversos casos, essa fonte renovável já é uma alternativa incrivelmente viável.

O Estado de Minas Gerais é o maior com autogeração no Brasil. Assim, a ABSOLAR calculou que lá, uma família de quatro pessoas, que consome em média 230 KWh mensais, resulta em R$ 284,00 na conta de energia.

Se essa família instalar 9m2 de placas fotovoltaicas, com um investimento de R$ 11 mil, sua conta de luz reduz para R$ 54,00. Dessa forma, o investimento se paga em quatro anos, sendo que os módulos solares duram 25 anos.

Como saber se a sua casa comporta um projeto

Sabemos que nem todo o imóvel é apto para instalar um projeto fotovoltaico. Isso depende de muitas variáveis como, sombreamento, telhado inclinado e voltado para o lado certo etc. Hoje, ainda é preciso contratar uma empresa especializada para avaliar cada situação.

Entretanto, se tivéssemos um aplicativo para estimar a capacidade de cada imóvel, um número muito maior de pessoas instalaria seu projeto fotovoltaico. Já existe uma ferramenta do Google, o Project Sunroof, que cobre apenas a Alemanha e os EUA.

No Brasil, o Rio de Janeiro e o Paraná já contam com ferramentas parecidas, porém, com menos informações para simular um projeto viável. O ideal seria algo como a ferramenta do Google, cobrindo todo o país. Mas, aqui as prioridades são outras.

Nova taxa para energia solar

Em agosto deste ano foi aprovada, pela Câmara dos Deputados, uma nova taxa para quem tem um projeto fotovoltaico em seu imóvel. A justificativa é o fato de as residências estarem conectadas à rede elétrica convencional.

Com isso, é preciso usar energia durante a noite, em dias nublados e quando há maior demanda de uso. Além disso, quando há uma produção excedente, proporcionando a transmissão para as empresas de distribuição de energia para transformar em créditos na conta de luz.

Argumentos contra e a favor da taxa

O projeto ainda aguarda votação no Senado. E, os que se posicionaram contra a medida, argumentam que as despesas já são pagas de forma embutida na energia comprada da rede. Os votos a favor do projeto argumentam que os consumidores sem energia solar é que arcam com a despesa.

Citam, ainda, que as grandes propriedades rurais, que usam energia solar, teriam condições de pagar essa taxa. E, assim, parte do dinheiro arrecadado poderia subsidiar a instalação de equipamentos fotovoltaicos em residências de baixa renda. No entanto, o governo federal sinalizou a possibilidade de vetar a taxa, caso ela passe no Senado. E, diante disso, presenciamos mais um típico embaraço de interesses conflitantes em nosso país.

Podemos prevenir a próxima crise energética?

A atual crise já está em curso, mas como prevenir a próxima crise energética? O que devemos fazer por ora é garantir o máximo de diversidade possível em termos de energias renováveis. Isso é fundamental para assegurar que uma complemente a outra, criando sinergia no sistema.

Portanto, é importante avançar em diversas frentes, como usinas solares, autogeração, eólica offshore, eólica onshore e baterias. Só assim podemos pensar em contar com um abastecimento mais seguro no futuro.

A força que vem do sol

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> Leia também: Como se tornar uma revenda Aldo Solar!

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