O mercado livre de energia é um ambiente de negociação em que grandes consumidores, como indústrias e empresas, podem escolher de quem vão comprar sua energia elétrica. Ele é voltado para consumidores de alta tensão.
Ou seja, diferentemente do que acontece no mercado regulado, onde as tarifas são definidas pelo governo, nesta opção há liberdade para negociar preços, prazos e condições diretamente com os fornecedores.
Quer entender mais sobre o tema e saber como ele pode ser interessante para seu perfil de consumidor? Confira as informações neste artigo!
Como funciona o mercado livre de energia?
No mercado livre de energia, consumidores e geradores de energia negociam diretamente, sem a intermediação de distribuidoras. Os consumidores elegíveis podem escolher entre diferentes fornecedores, comparando preços e condições contratuais, o que resultará em acordos personalizados.
Após fechar o contrato, o fornecimento de energia é feito pela geradora, mas a distribuição física continua sendo realizada pela concessionária local. Isso porque é ela que mantém a infraestrutura de entrega.
Quais são os tipos de geração de energia?
Ao falarmos do mercado de energia, é importante entender que a oferta vem de diversas fontes de geração. As principais são:
- hidrelétrica: sendo a mais comum no Brasil, que utiliza a força da água para gerar eletricidade;
- solar: alternativa que vem crescendo muito atualmente, pois é sustentável, aproveitando a radiação do sol para produzir energia limpa e renovável;
- eólica: gera eletricidade por meio da força dos ventos, também considerada uma fonte ecologicamente correta;
- termelétrica: usa combustíveis fósseis ou biomassa para produzir energia, gerando mais emissões de carbono em comparação às outras fontes.
Qual é a diferença entre mercado livre de energia e mercado cativo (regulado)?
A principal diferença entre o mercado livre e o mercado cativo — ou seja, o regulado — é a liberdade de escolha. No cativo, os consumidores são obrigados a comprar energia das distribuidoras locais, com tarifas reguladas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Já quando se trata do MLE, os consumidores podem negociar diretamente com fornecedores. Dessa maneira, conseguem obter preços mais competitivos e condições customizadas de acordo com seu perfil de consumo.
Quem pode optar pelo mercado livre de energia?
Para aderir a essa opção, é necessário cumprir critérios de consumo mínimo. Atualmente todas as empresas que usam alta tensão (Grupo A) são elegíveis. Com isso, qualquer indústria ou comércio que necessite de uma voltagem acima de 2,3 quilovolts (kV) podem entrar para o MLE.
Dessa maneira, há maior liberdade para quem deseja escolher seu próprio fornecedor e ter condições mais interessantes.
O que mudou no Mercado Livre de energia em 2024?
Em janeiro de 2024 o mercado livre de energia passou por algumas mudanças, com o avanço da modernização do setor elétrico no Brasil. Entre as principais atualizações está a redução do limite mínimo de consumo para adesão.
Antes dessa data, apenas consumidores com demanda superior a 500 kW poderiam contratar. Agora, há maior liberdade e as negociações estão acessíveis a PMEs. A expectativa é que isso faça com que, nos próximos anos, cada vez mais consumidores façam a migração.
Quais são as vantagens e desvantagens do mercado livre de energia?
Considerando a liberdade e a acessibilidade ampliada, fica evidente que essa opção traz benefícios para o consumidor. No entanto, é importante ter atenção a alguns pontos. A seguir, listamos algumas das principais vantagens e desvantagens do mercado livre de energia.
Vantagens do mercado livre de energia
- Redução de custos: a possibilidade de negociar diretamente pode resultar em tarifas mais baixas do que as praticadas no mercado regulado;
- flexibilidade: os consumidores podem negociar contratos de longo prazo com condições personalizadas, ajustadas às suas necessidades;
- sustentabilidade: é possível optar por fontes renováveis, como a energia solar ou eólica, contribuindo para metas de sustentabilidade.
Desvantagens do mercado livre de energia
- Volatilidade de preços: os preços praticados podem variar de acordo com fatores como a oferta de energia e condições climáticas, especialmente no caso de fontes renováveis;
- requisitos de adesão: nem todos os consumidores podem migrar para o mercado livre de energia, já que há um consumo mínimo exigido;
- gestão complexa: a migração requer planejamento e análise contínua dos contratos e condições de mercado.
Como migrar para o mercado livre de energia?
Para fazer a migração e começar a aproveitar os benefícios oferecidos por esse tipo de contratação, é preciso seguir algumas etapas fundamentais. Confira abaixo quais são elas:
- análise de viabilidade: o primeiro passo é avaliar se o consumo de energia atende aos requisitos mínimos para migração;
- consultoria especializada: empresas geralmente contratam consultorias especializadas para ajudar na negociação de contratos e no planejamento da migração;
- negociação de contrato: após a análise, o consumidor pode negociar diretamente com os fornecedores as melhores condições para seu perfil de consumo;
- assinatura de contrato: uma vez definidos os termos, o contrato é assinado e a migração acontece de forma efetiva, sem interrupção no fornecimento de energia.
Há custo para migrar para o mercado livre de energia?
Sim, há custos associados à migração, sendo os principais deles a contratação de consultorias especializadas para a análise de viabilidade e assessoria nas negociações.
Além disso, pode haver investimentos necessários em medidores de energia específicos para atender às exigências desse mercado. No entanto, esses custos podem ser compensados pela economia obtida a longo prazo.
Para quem a conta de energia é paga?
Após a migração para o MLE, o consumidor passa a pagar por dois serviços distintos. Um deles é a energia consumida, em que o pagamento é feito diretamente ao gerador ou comercializador com o qual foi assinado o contrato.
Porém, é necessário pagar também à concessionária local, pelo uso da infraestrutura de distribuição. Isso é cobrado pela utilização das redes de distribuição, que continuam responsáveis por entregar a energia ao consumidor final.
Leia também: o que são os créditos de energia solar e como se beneficiar disso?
Quanto custa 1 kWh no mercado livre?
Não há como estipular exatamente o preço do 1 kWh (quilowatt-hora) no MLE, pois isso varia de acordo com o contrato negociado entre o consumidor e o fornecedor que será contratado.
Entretanto, fatores como o volume de consumo, a duração do contrato, a fonte de geração de energia e as condições do mercado devem ser avaliados, pois influenciam o preço final. Portanto, não há um valor fixo como no mercado regulado.
Existe risco de ficar sem energia após a migração?
Ao migrar para esse tipo de fornecimento, não há risco de ficar sem energia. A segurança no fornecimento é garantida, pois a infraestrutura de distribuição continua sendo gerenciada pela concessionária local. Ou seja, é a mesma distribuidora responsável pelo fornecimento no mercado regulado.
Assim sendo, mesmo que o contrato com o fornecedor seja rescindido ou ocorra algum imprevisto, o sistema é desenhado para garantir que o consumidor sempre tenha energia disponível.
O mercado livre de energia oferece uma importante oportunidade para empresas que buscam reduzir custos e adotar soluções energéticas sustentáveis. Conheça as mudanças legislativas do mercado de energia solar no Brasil e como o acesso se tornou ainda mais facilitado — a tendência é que cada vez mais consumidores sejam beneficiados.
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