O Fio B é a parte da tarifa de energia elétrica que remunera o uso da infraestrutura da distribuidora de energia. Ou seja, trata-se dos custos relacionados à operação, manutenção e investimentos na rede de distribuição local.
Mesmo quando o consumidor produz a própria energia por meio de sistemas fotovoltaicos, como os de energia solar, ele ainda utiliza a rede da distribuidora para injetar e consumir energia, o que justifica essa cobrança.
Essa tarifação foi regulamentada pela Lei 14.300/2022, que institui o marco legal da geração distribuída no Brasil. A lei define regras para compensação de energia, incluindo o pagamento gradual de tarifas como o Fio B, especialmente para quem conectou seu sistema à rede a partir de 2023.
A seguir, você entende como funciona essa cobrança, como ela é calculada e qual seu impacto no investimento em energia solar.
Quais são as novas regras para energia solar em 2025?
A Lei 14.300, sancionada em janeiro de 2022, trouxe mudanças importantes para os consumidores que geram sua própria energia, especialmente os que utilizam sistemas solares conectados à rede elétrica.
O principal objetivo da lei foi estabelecer equilíbrio entre os custos do sistema elétrico e a expansão da geração distribuída no Brasil, introduzindo a cobrança gradual de componentes tarifários, como o Fio B.
A tarifação é progressiva e será aplicada aos novos sistemas que entrarem em operação a partir de 7 de janeiro de 2023. Confira abaixo a evolução da cobrança do Fio B, ano a ano:
- 2023 — 15% da tarifa de uso da rede de distribuição (TUSD);
- 2024 — 30%;
- 2025 — 45%;
- 2026 — 60%;
- 2027 — 75%;
- 2028 — 90%;
- 2029 em diante — 100%.
Sistemas instalados até 6 de janeiro de 2023 têm direito adquirido de isenção dessas tarifas até 2045. Também existem exceções específicas para microgeradores remotos e cooperativas de energia, com regras próprias de transição.
Por que o Fio B é importante na energia solar?
O Fio B representa uma forma de equilibrar os custos operacionais das distribuidoras com o crescimento da geração distribuída.
Mesmo que o consumidor gere energia por meio de painéis solares, ele ainda se conecta à rede convencional para injetar ou retirar energia. Isso acontece principalmente à noite ou em dias nublados.
Sem essa cobrança, usuários com sistemas solares não participariam do rateio dos custos da rede, criando um desequilíbrio entre quem gera energia e quem depende totalmente da rede.
A aplicação do Fio B, portanto, busca tornar o sistema mais justo, promovendo uma divisão proporcional dos custos entre todos os consumidores.
Qual a diferença do grupo A para o grupo B?
A classificação energética entre Grupo A e Grupo B determina a forma de tarifação da energia e afeta diretamente como o Fio B é aplicado.
Grupo A
Inclui consumidores com demanda contratada igual ou superior a 75 kW. Normalmente são empresas de médio e grande porte, indústrias e estabelecimentos comerciais que recebem energia em alta ou média tensão.
A tarifa é dividida entre demanda (kW) e consumo (kWh), e o Fio B já compunha parte da cobrança desses clientes.
Grupo B
Engloba consumidores residenciais, rurais, pequenos comércios e serviços que utilizam energia em baixa tensão. Com a Lei 14.300, os integrantes deste grupo passam a contribuir gradualmente com o Fio B conforme o cronograma progressivo de 2023 a 2029.
Qual o valor do Fio B?
O valor do Fio B não é fixo e varia conforme a distribuidora e a localidade. Em 2025, consumidores do Grupo B que instalaram sistemas solares após janeiro de 2023 pagam 45% da TUSD referente à energia injetada na rede. A TUSD inclui componentes como Fio A, Fio B e encargos.
Vamos a um exemplo para você entender quanto vale o Fio B em diferentes distribuidoras. Abaixo, foi considerado um consumidor B1 convencional, ou seja, um consumidor residencial.
CEMIG MG
- Tarifa residencial (R$/kWh): 0,86;
- TUSD Fio B (R$/kWh): 0,25;
- Valor não compensável (45%) do Fio B: R$ 0,11 (13,93%).
CPFL Paulista
- Tarifa residencial (R$/kWh): 0,70;
- TUSD Fio B (R$/kWh): 0,19;
- Valor não compensável (45%) do Fio B: R$ 0,08 12,04%.
Os dados usados foram consultados em 08/2025.
Assim, você pode perceber que o valor do Fio B impacta mais na economia gerada pela energia solar em regiões onde a TUSD Fio B é mais alta.
No exemplo acima, embora a tarifa da CEMIG seja maior, a parcela não compensável do Fio B representa uma fatia maior da conta final, reduzindo proporcionalmente os créditos de energia.
Já na CPFL Paulista, o impacto do Fio B sobre a tarifa é menor, o que significa um retorno financeiro ligeiramente mais vantajoso para quem gera sua própria energia.
Isso mostra como o valor do Fio B varia não só em números absolutos, mas também em proporção ao que o consumidor efetivamente paga — sendo, portanto, necessário analisar esses percentuais ao calcular a viabilidade de um sistema fotovoltaico.
Componentes da tarifa de energia
A tarifa de energia é composta por:
- Fio A — remunera a transmissão de energia em alta tensão (rede nacional);
- Fio B — cobre os custos da distribuição local;
- encargos setoriais — incluem taxas como CDE e PROINFA;
- TE (Tarifa de Energia) — valor da energia gerada e fornecida.
O Fio B está dentro da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição), e sua fração depende da estrutura tarifária da distribuidora.
Como encontrar o valor do Fio B?
Para consultar o valor exato do Fio B na sua região, é necessário acessar o site da sua distribuidora de energia e buscar pela estrutura tarifária homologada mais recente.
Ela está disponível em formato PDF e traz o detalhamento de todos os componentes da tarifa, inclusive o percentual referente ao Fio B.
- Leia mais: tudo o que você vai encontrar em sua conta.
Como fazer o cálculo da tarifa Fio B?
Confira o passo a passo para calcular o valor do Fio B.
- Acesse a estrutura tarifária da sua distribuidora;
- Verifique o valor da TUSD em reais por kWh;
- Identifique a fração correspondente ao Fio B;
- Multiplique esse valor pelo total de energia injetada na rede (em kWh);
- Aplique o percentual vigente no ano (em 2025, é 45%).
Esse cálculo ajuda o consumidor a estimar o custo da tarifa Fio B e analisar o impacto no seu investimento em energia solar.
Exemplo prático de cálculo do Fio B
Suponha que um sistema tenha injetado 300 kWh na rede em um mês. A distribuidora local cobra uma TUSD de R$ 0,40/kWh, sendo R$ 0,24/kWh referente ao Fio B. Em 2025, a cobrança é de 45% sobre esse valor, assim sendo:
- R$ 0,24 (Fio B) × 300 kWh = R$ 72,00;
- 45% de R$ 72,00 = R$ 32,40.
Esse será o valor pago no mês pela tarifa Fio B. Para perfis com consumo menor ou maior, o valor varia proporcionalmente, o que reforça a importância do dimensionamento correto do sistema.
Tem diferença de valor da luz para comercial e residencial?
Sim, existe diferença de tarifa entre consumidores residenciais e comerciais. Isso ocorre porque os custos de fornecimento, a demanda de energia e os perfis de uso variam entre esses grupos.
Além disso, empresas comerciais podem se enquadrar no Grupo A, o que muda a forma como o Fio B é aplicado (tarifa binômia com demanda contratada).
No caso do Grupo B, tanto residências quanto pequenos comércios compartilham a mesma base tarifária. Mas o tipo de atividade pode alterar os valores cobrados, principalmente com tarifas específicas oferecidas por algumas distribuidoras.
Impacto do Fio B no retorno de investimento em energia solar
O início da cobrança do Fio B aumentou ligeiramente o tempo de retorno do investimento em sistemas solares. Antes da Lei 14.300, muitos sistemas alcançavam o retorno em 4 a 5 anos.
Com a introdução progressiva do Fio B, esse prazo pode chegar a 6 ou 7 anos, dependendo do perfil de consumo e da região. No entanto, o investimento continua vantajoso, pois a economia mensal na conta de luz ainda é significativa.
A longo prazo, mesmo com o Fio B, a energia solar segue sendo uma das formas mais eficazes de reduzir custos e aumentar a previsibilidade das despesas com energia elétrica.
Estratégias para minimizar o impacto do Fio B
Considerando esse aumento no tempo de retorno sobre o investimento, algumas práticas podem ajudar a reduzir o impacto da tarifa, conforme apresentamos a seguir.
- Ajustar o consumo para coincidir com o horário de geração solar;
- Usar sistemas de armazenamento de energia (baterias);
- Otimizar o dimensionamento do sistema para evitar excedentes;
- Investir em equipamentos eficientes que reduzam o consumo noturno.
Por que vale a pena investir na energia solar?
Mesmo com o Fio B, a energia solar continua sendo uma das melhores alternativas para quem busca autonomia energética e redução de custos. Sendo assim, dentre os principais benefícios, podemos destacar:
- economia na conta de luz;
- valorização do imóvel;
- sustentabilidade ambiental;
- previsibilidade financeira.
Além disso, vale salientar que o Brasil tem alto potencial de irradiação solar e incentivos que mantêm o setor aquecido, oferecendo boas oportunidades para quem quer começar.
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